Há muitos, muitos anos, quando o mês de Janeiro chegou à Floresta Verde, os animais começaram a ficar impacientes. Estavam fartos de noites tão longas! E por mais que o Mocho sabichão lhes explicasse que os dias já haviam começado a crescer, sentiam-se inconsoláveis!
— Não falta muito para o Sol ficar connosco até mais tarde! — dizia ele, com toda a ciência e sabedoria.
Quem não estava pelos ajustes era a Ovelha Anafada:
— O Inverno bem que podia ser um pouco mais simpático... — comentava, muito irritada.
— Não seja injusta, Dona Ovelha! O Inverno traz a água da chuva, a neve, os serões passados junto ao calor da fogueira e, principalmente, oferece-nos uma prenda muito especial: o primeiro dia do ano! Já pensou na sorte que temos por poder viver cada dia e aproveitar ao máximo tudo o que a Mãe Natureza oferece? — disse a Cotovia Josefa, que era sem dúvida a mais optimista da floresta.
O que os animais não sabiam era que no meio de toda esta conversa, ali mesmo, por detrás de um sobreiro, o Inverno escutava com muita atenção as suas queixas e, preocupado com o que se estava a passar, magicava já uma solução para que ninguém estivesse triste.