— Olha-me só para aquilo! — exclamou a Toupeira, quando emergiu da terra uma noite. —O que será?
Bem lá no céu, a Lua brilhava como uma moeda de prata. A Toupeira achou que era a coisa mais bonita que alguma vez vira. “Seja lá o que for, hei de ter aquela coisa”, pensou para consigo. “E já sei como! Dou um salto e puxo-a para baixo.”
A Toupeira estava tão ocupada a saltar que nem deu pelo barulho que fazia, e acabou por acordar o Coelho, que dormia na toca.
— Toupeira! O que estás a fazer?
— Olá, Coelho! Estou a tentar puxar aquela coisa brilhante para baixo.
— Referes-te à Lua? —perguntou o Coelho.
— Então é esse o nome dela…— murmurou a Toupeira.
— Não vais conseguir trazê-la para baixo, porque não está tão perto como parece — disse o Coelho.
Mas a Toupeira não era bichinho para desistir.
— Eu sei. Mas hei de arranjar um pau e puxo-a para cá.
Pegou num pau bem comprido e começou a dar pequenos empurrões à Lua. Estava tão ocupada a empurrar a Lua que tropeçou num Ouriço-Cacheiro, que dormitava na sua caminha de folhas.