Está um dia perfeito para ir ao parque dar de comer aos patos com a minha irmã mais velha, a Tara. Só que o meu irmão também quer ir connosco.
—Oh, Ian, porque é que não ficas aqui? — pergunto.
O Ian, porém, nem me responde, porque tem autismo. Mas bate com os dedos com força contra a rede da porta e começa a choramingar.
— Tudo bem, Ian. Ele pode vir connosco? — pergunto à minha mãe.
—Vais ter de o vigiar bem. Tens a certeza de que queres fazê-lo? — pergunta ela.
— Claro que sim — respondo.
A Tara também acena.
— Mas és tu que lhe vais dar a mão, Julie— diz-me.
O cérebro do meu irmão não funciona como o das outras pessoas.
O Ian vê as coisas de forma diferente...
Quando passamos pelo restaurante, ele entra para ver a ventoinha do teto a mover--se em círculos lentos, mas não olha para as empregadas, que passam, apressadas, transportando toda a espécie de sanduíches e gelados.
—Vamos tomar uma gasosa!— sugiro.
Mas o Ian mantém os olhos fixos na ventoinha até irmos embora.
O Ian ouve as coisas de uma outra forma...